A fotografia como registro antropológico das mulheres líderes no Sertão Central do Ceará
Fernanda Oliveira, Cristiana Parente
Resumo: Nos últimos anos, no sertão do estado do Ceará, tem ocorrido mudanças nas relações de gênero. Mulheres que se descobrem líderes têm transformado a história de suas comunidades e contribuído para o despertar de uma nova cultura. Documentar a realidade destas mulheres, usando a fotografia como registro antropológico, é o objetivo deste trabalho. Ele documenta experiências de mulheres líderes nos assentamentos do PDHC – Projeto Dom Hélder Câmara na cidade de Quixeramobim, no Sertão Central do Ceará.
Palavras-chave: Fotografia; Etnografia; Antropologia Visual; Relações de gênero.
A fotografia como processo folkcomunicacional
Cristina Schmidt
RESUMO: Na cidade do Recife, no Cemitério de Santo Amaro, fundado em 1851, o mais tradicional da capital do Estado de Pernambuco, um túmulo se destaca pelo grande número de devotos que o visitam às segundas e sextas-feiras, durante todo ano, e em especial, no período de finados. Neste espaço de devoção popular, encontra-se sepultada a menina sem nome que, de acordo com a narrativa popular, ao ser abandonada, violentada e morta tragicamente se transformou em uma santa de culto popular. O objetivo deste trabalho é analisar os elementos comunicacionais (ex-votos) que compõem este cenário gerador da cultura folk. O paradigma teórico que norteará este estudo é a teoria da folkcomunicação criada pelo professor Luiz Beltrão.
As festas populares do mês de junho nas fotografias de periódicos lusos e brasileiros
Élmano Ricarte de Azevêdo Souza, Itamar de Morais Nobre
RESUMO: Investiga-se e analisa-se a representação e a produção de sentido sobre a cultura popular, em homenagem aos santos católicos do mês de junho: Santo Antônio, São João e São Pedro (celebrados, respectivamente, nos dias 13, 24 e 29) nas fotografias jornalísticas dos periódicos TribunadoNorte (Natal, Rio Grande do Norte, Brasil) e Correio da Manhã (Lisboa, Portugal), publicadas no mês de junho de 2012. Toma-se como base teórica e metodológica a semiótica da comunicação e a Folkcomunicação. Pressupomos que tais imagens possuem conteúdo e significados representacionais das manifestações e identidades culturais populares das festas de junho e dos santos católicos daquele mês. Busca-se identificar e analisar como as manifestações e culturas populares foram apropriadas pela mídia.
Palavras-Chave: Fotografia Jornalística – Manifestações Culturais – Semiótica da comunicação – Folkcomunicação.
Considerações sobre a constituição e a utilização de um corpus fotográfico na pesquisa antropológica.
Milton Guran
Resumo: Este estudo trata da utilização da fotografia como instrumento de pesquisa na antropologia. O texto está organizado em duas partes. Na primeira, apresenta um inventário das possibilidades de utilização da fotografia pelas ciências sociais, acompanhado de uma reflexão sobre sua implementação prática. Na segunda, relata uma experiência didática tomada como laboratório para a prática deste conjunto de reflexões, consubstanciada na disciplina Fotografia como instrumento de pesquisa, que reuniu
mestrandos e doutorandos de diversas instituições do estado de São Paulo. A diversidade do grupo contribuiu para a elaboração de um conjunto variado de abordagens sobre os usos e funções da fotografia na pesquisa social, também analisadas nesse artigo.
Palavras-chave: Fotografia; Antropologia visual; Fotografia como instrumento de pesquisa.
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/discursosfotograficos/article/view/9215/7841
Fotografia: A imagem que ultrapassa o testemunho.
Maria Ogécia Drigo, Matheus Mazini Ramos
Resumo: Propõe-se uma reflexão sobre o potencial da fotografia como técnica de coleta de dados em investigações científicas envolvendo processos comunicacionais, bem como sobre fundamentação teórica para análises, de modo que incorporem novos significados aos resultados dessas investigações, além dos obtidos por meio de outras técnicas de pesquisa. Para atingir tal objetivo, retoma-se resultados de uma pesquisa de iniciação científica sobre mídias e os “modos de vida” do habitante da zona rural de Sorocaba (SP); explicitam-se ideias de Barthes (1984) sobre a fotografia e, em seguida, apresenta-se uma aplicação dessas ideias.
Palavras-chave: comunicação; fotografia; imagem.
http://www.uff.br/ciberlegenda/ojs/index.php/revista/article/view/166/66
Fotoetnografia: a importância da fotografia para o resgate etnográfico
Paulo César Boni, Bruna Maria Moreschi
Resumo: Este trabalho versa sobre o uso da fotografia para o resgate etnográfico. Recupera historicamente a importância crescente da imagem nos estudos antropológicos. Elenca fotógrafos e antropólogos, inclusive brasileiros que utilizaram fotografia para o resgate antropológico de povos e grupos sociais. Baseado na bibliografia disponível e nos trabalhos inéditos citados no corpo deste trabalho, conclui que, ao longo do tempo, a fotografia tem sido gradativamente incorporada como fonte de pesquisa nos estudos etnográficos.
Palavras-Chave: Fotografia, fotoetnografia, antropologia visual, etnografia.
http://www.doc.ubi.pt/03/artigo_paulo_cesar_boni.pdf
Gregory Bateson, Margaret Mead e o caráter balinês: notas sobre os procedimentos de observação fotográfica em “Balinese Character: a Photographic Analysis”
Marcius Freire
Resumo: Entre junho de 1936 e fevereiro de 1938, Margaret Mead e Gregory Bateson empreenderam em Bali, no vilarejo de Bajoeng Gede, uma aventura científica que iria marcar profundamente a antropologia. Dessa aventura resultaram 25.000 negativos fotográficos e quase 7.000 metros de película cinematográfica que deram origem a um livro, Balinese Character. A Photographic Analysis, e a seis filmes com duração de 10 a 20 minutos, dedicados ao comportamento dos balineses. O objetivo do presente artigo é analisar alguns aspectos da estratégia de registro visual utilizada pelos dois antropólogos nesse trabalho.
Palavras-chave: Fotografia; Cinema; Documentário; Antropologia visual; Método exploratório.
http://revistaalceu.com.puc-rio.br/media/alceu_n13_Freire.pdf
Imagens Folkcomunicacionais: Estudos da iconografia fotográfica da antropóloga Katarina Real
Betania Maciel1 e Rosi Cistina da Silva2
Resumo: Este trabalho é resultado de uma pesquisa junto à FUNDAJ- Fundação Joaquim Nabuco, que reúne parte do arquivo fotográfico da antropóloga Katarina Real, composto de 647 fotografias, sendo de sua autoria e de terceiros. As fotografias da coleção retratam imagens das manifestações da cultura popular pernambucana, e a abrangência dos temas deste acervo tornou-se um testemunho visual do folclore pernambucano. A procura do público por esta coleção para subsidiar suas pesquisas é constante, e todo o arquivo fotográfico, doado a Fundaj, foi digitalizado e está autorizado pela antropóloga, a ficarem disponíveis na homepage da Fundaj. A Fundação Joaquim Nabuco organizou uma exposição virtual, com uma mostra significativa do seu arquivo fotográfico, para homenageá-la. Com base nesse acervo, o presente trabalho tem por objetivo apresentar as possibilidades do uso desse objeto imagético – a fotografia – além da ilustração de textos, permitindo revelar o cotidiano da cultura popular e remeter à compreensão do uso da fotografia como um registro de um passado que resgata a extraordinária mistura de culturas presente na dinâmica folclórica. Esta é mais uma contribuição à área de folkcomunicação quando referenciamos os estudos culturais de comunicação utilizando como marco teórico o pensamento de Luiz Beltrão e seus seguidores, como Marques de Melo, Benjamin, Luyten,Schmidt, Maciel e outros, no que tange especificamente os estudos desenvolvidos pelo mestre, como forma de fortalecer as referências metodológicas e teóricas evidenciadas na área, no sentido de utilizar elementos e conceitos pertencentes aos meios folclóricos.
Palavras-chave: Fotografia, Folkcomunicação, Katarina Real, Acervo Fotográfico.
O simbólico e o imaginário na fotografia
Itamar de Morais Nobre, Vânia de Vasconcelos Gico
RESUMO: Analisa-se o simbólico e o imaginário na construção sociocultural de imagens e discutem-se as narrativas visuais do referente-narrador na interpretação de fotografias. Discute-se o tema a partir de um estudo de caso em uma visão transdisciplinar das Ciências Sociais e da Comunicação Social, associando-se ao referencial teórico a pesquisa empírica realizada em abril de 2001, na comunidade de Diogo Lopes-Macau/RN, atribuindo autoridade àquele que foi fotografado e que traz consigo conhecimentos adquiridos na sua experiência cotidiana, enquanto pescador e morador daquela comunidade. Conclui-se que olhar uma fotografia é criar uma expectativa de escutar novamente uma narrativa de vida. Quem vê uma fotografia com tal densidade, sente-se inserido no ambiente narrado.
Palavras-Chave: Imagens e Imaginário. O Simbólico na Fotografia. Cotidiano e Imaginário Social.
Vidas secas: o sertão nas fotografias de Evandro Teixeira
Carla Adelina Craveiro Silva
Marcelo Eduardo Leite
Resumo: Nosso objetivo é trazer questões sobre a relação entre a narrativa fotográfica e a narrativa literária que compartilham a escolha do ambiente nordestino como espaço de abordagem. Deste modo, o ensaio realizado por Evandro Teixeira para ser publicado junto a uma reedição do livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, faz-se o nosso objeto de análise. Buscamos, ainda, melhor compreender a maneira como as referências pessoais do fotógrafo e a trama constituída no enredo literário emergem na representação fotográfica.
Palavras-chave: Narrativa fotográfica; Evandro Teixeira; Vidas Secas
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/discursosfotograficos/article/view/17515/15776