I Encontro da Rede de Mulheres Produtoras do Cerrado e Pantanal

Entre os dias 15 e 18 de dezembro, a UFMS foi sede do “I Encontro da Rede de Mulheres Produtoras do Cerrado e Pantanal” em Campo Grande. O evento é realizado pela ONG ECOA em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário/MDA. Durante três dias, o encontro contou com palestras e debates com temas como economia solidária, potencial de plantas nativas na fabricação de medicamentos e cosméticos, cooperativismo, relatos das produtoras do projeto e de casos de sucesso de outras organizações. O objetivo é ampliar a produção e a comercialização dos produtos oriundos do bioma cerrado e pantanal a partir de troca de informações sobre diferentes alternativas organizacionais, empoderando mulheres extrativistas.

Produtoras do Cerrado

122_7704Celi Pereira de Assis trabalha com a venda de artesanato e produtos regionais. Representando o CEPPEC (Centro de Produção Pesquisa e Capacitação do Cerrado), Celi veio do assentamento Andalucia do município de Nioaque, MS. Nele as mulheres realizam diversas atividades como o plantio de mandioca, hortaliças e frutas.

No começo as mulheres do assentamento trabalhavam apenas com a produção de mudas, mas após um curso do SEBRAE foram introduzidas ao artesanato. Mas por conta da distância, ainda sofrem muitas dificuldades. “Não tem transporte, começando por ai, também não tem o principal que é o dinheiro ainda, e a gente sofre por causa disso, porque as vezes você faz essas coisas e não consegue trazer para a vila.”, lamenta Celi. Entretanto, a produtora conta que durante o evento da Rede de Mulheres Produtoras do Cerrado aprendeu a pôr preços em seus produtos e se diz otimista com os conhecimentos obtidos.


Rede de Mulheres Produtoras do Cerrado
Novos conhecimentos no empreendedorismo foram umas das coisas aprendidas por Noêmia durante o evento
Rede de Mulheres Produtoras do Cerrado
Jussara apresenta dados e a realidade que é trabalhar com a polpa da bocaiuva

Produtoras independentes de um grupo familiar que mexe com a polpa e farinha da bocaiuva, as corumbaenses Jussara dos Santos e sua tia Noêmia Araújo participaram de uma das sessões plenárias da Rede de Mulheres Produtoras do Cerrado. Descontraídas, antes de iniciarem a apresentação de sua empresa, contaram um pouco sobre as vantagens de se estar em um evento como a feira em que expôs seus produtos no último dia do encontro , pois nele aprenderam a negociar. “A gente no começo era: ahh vamo embora. Ai chega lá no final e você não vê o quanto gastou e quanto lucrou. Então ele tá ajudando muito a gente, estamos aprendendo muito sim: como trabalhar, conversar com as pessoas e conhecer mais gente.”, diz Noêmia.

Noêmia e Jussara mostraram também que a polpa da bocaiuva é versátil. “Com a farinha dá para você fazer bolo, pão, vitamina e picolés.”, afirma Jussara. As produtoras apontaram um crescimento no interesse por produtos do cerrado nos últimos três anos, segundo elas o importante é trazer novidade, mas também levar para a cidade novos conhecimentos para um melhor crescimento da microempresa.


122_7691 Catarina Ramos da Silva, mais conhecida como Catarina Guató, é uma artesã que trabalha com artesanato da fibra de aguapé. Representante da Associação das Mulheres Barra de São Lorenço, dona Catarina denuncia a falta de eletricidade em sua região e a falta de apoio das autoridades.

Na associação, Catarina ensina as mulheres a produzirem diversos produtos com a fibra e afirma que consegue obter uma boa renda em eventos como esse. Porém como as outras mulheres entrevistadas, possuí também problemas com a falta de espaço para confecção – trabalham em casa – e de transporte. A artesã conta que levam em torno de três dias para realizarem viagens para venda do produto. “É preciso que lembrem da gente nesses eventos”, ressalta Catarina buscando oportunidades futuras.

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